segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

GUERRA AFETIVA e Toda nossa falta de bom senso!

Alan Saiter Luna - Vida Psicológica - Belo Horizonte / Minas Gerais




- Mas é claro que o Estado Islâmico tem direito de atacar a França e seus demais desafetos! Quem lhe dá esse direito? Seu próprio AFETO! Defesa do que lhe é próprio, do que lhe é de interesse!

- E a França? Pode atacar o estado Islâmico? Mas é claro que sim! Quem lhe dá esta autonomia? Seus AFETOS! É Claro!

- Temos nada mais, nada menos, que, apenas dois lados dentro de uma mesma Ignorância Irada e Apegada, presa ao sofrimento de verdades e realidades individuais coletivas e culturais, ambas longe do que seriam verdades e realidades absolutas!

- Mas Alan, de que raio de Afeto esquisito é este que você fala e dá tanta importância e poder? Veja bem, vou chamar o Vovô Sigmund Freud para nos ajudar nesse entendimento! Trago na memória dos tempos da faculdade, nas aulas de psicanálise, que, o simpático vovô referido dizia algo do tipo em um de seu tantos textos: ‘’a questão não é intelectual, mas afetiva!’’ Ou seja, as pessoas tendem a, mesmo que a qualquer custo, defender seu ponto de vista, razões, justificativas ou interesses... Sempre seguindo aquilo que está em seu íntimo! É como um condicionamento cego onde a pessoa vê e raciocina tão somente, de acordo com a programação que recebeu e adotou.

- Por mais que palavras entendíveis etimologicamente façam sentido, são descartadas quase que de imediato, voltando a se alimentar de palavras e entendimentos enraizados em seus afetos primordiais. É como uma prisão perpetua!

- Observe bem, tanto Franca, como o Estado Islâmico, acreditam impreterivelmente que, sua causa é a certa e que devem continuar suas investidas frente o objetivo que se tem, os princípios que se tem! E assim o que acontece? Manutenção de guerras intermináveis, onde respeito e tolerância com relação ao que é do outro fique próximo de zero! Carnificinas justificadas por meias verdades, deturpações e distorções de conceitos políticos, morais, éticos e religiosos!

- Lembro-me de uma publicação que fiz dias atrás onde disse: ‘’Se o caminho da violência possibilitasse sucesso a qualquer lado, nossa humanidade já teria alcançado êxito nas primeiras batalhas!’’. Parece que não observamos no patamar necessário, como nossas contaminações de Ira Apego e Ignorância nos regem, nos mantêm sob a unilateralidade de egos e reativamos mundialmente e constantemente o fluxo da ação bélica! Lamentável!

- Há, mas é que só temos este recurso para lidarmos com as intolerâncias dos outros! Ok! Estamos mesmo certos disso? De fato já esgotamos os esforços de alternativas pelo menos que sejam menos dolorosas e cruéis? Seríamos ainda uma civilização planetária ainda muito infantil, imatura, que insiste na manutenção do erro? Da dor? Da imposição da força?

- E o que temos para hoje? A disseminação do ódio e de causas pequenas justificadas por afetos supostamente grandiosos, e uma vida que se esvai pela sobreposição de um ridículo e violento parcialismo suicida e auto centrado, ante cada um de todos nos resolverem os próprios problemas e inadequações... Estamos sempre dano um jeito de dizer que nossa vida está ruim porque alguém ou algo no mundo não esta sob nosso critério de coerência! O que tem valor nesse mundo é: ‘’o que eu acho certo’’. Legal! Mas, somos 7 bilhões de senhores da ‘’Razão’’ imersos em doentias certezas de caráter duvidoso, e altamente letal. Estou exagerando? Soma ai o número de mortes em guerras ou mesmo numa pequena briga doméstica ou num acidente de trânsito, ou pessoas que atiram na cabeça de outras para lhe levar o que levam no bolso!!!

- Mas Alan, afinal de que lado você está? Você está em cima do muro? Não, veja bem, estou do lado que, de fato, a pouco deste no mundo atual e passado, o lado da evolução consciente positiva, onde perpetuamos a espécie, bem como o que é de valor a todos desde que pela via pacífica e de consenso. Do lado onde há esforços para que nossas ações sejam selecionadas pelo Bem Maior de Todos, sem dor nem tolhimentos de qualquer natureza!

- Torço também, como muitos de nós, para que achemos o caminho da Paz! Que todos aqui inseridos neste Planeta tão Belo e Caótico, nos alinhemos com a coerência e entendimento de que, mudar o outro não é nossa tarefa, mas sim que cada um de nós faça sua parte e se auto modifique pelo Bem Comum de Todos!

* Alan Saiter Luna - Vida Psicológica

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