quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Notícias Internet FBI recomenda usuário cobrir sua webcam

Diretor da agência recomendou a todos os usuários com um computador e Internet que cubram a webcam

(CCM) — Atualmente, quase todos os computadores, seja desktop ou laptop, integram uma câmera. No entanto, nem todos tem o conhecimento dos perigos que representa esta janela para a privacidade. Agora, James Comey, diretor do FBI, deu umconselho (em inglês) bastante concreto a todos os internautas: tapar a câmera quando não estiver em uso é uma das ações mais prudentes que um usuário pode fazer. 

A espionagem remota através de tais dispositivos não é apenas relativamente simples, mas bastante comum. Durante uma conferência no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, Comey lembrou a vulnerabilidade dessas câmeras e disse que ele e todos os seus colegas de trabalho escondem a webcam de uma forma ou de outra, a não ser quando o uso da câmera seja estritamente necessário. Os especialistas vão mais longe e recomendam também e, na medida do possível, bloquear o microfone

Tomar tais medidas, como explica o diretor do FBI, não é um sintoma de paranoia, mas simples prudência. Cada vez mais se dissemina o uso de malwares para espiar os computadores e depois usar as imagens para extorquir a pessoa gravada ou simplesmente pelo prazer de violar a sua privacidade. O próprio Edward Snowden explicou que quando ele trabalhava para a NSA espionava aleatoriamente milhares de usuários do Yahoo, diariamente, através do webcams. 

Renan arquiva pedidos de impeachment contra Gilmar Mendes

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comunicou, durante a sessão plenária desta terça-feira (20), o arquivamento de dois pedidos de impeachmentcontra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. As petições foram apresentadas pelos juristas Celso Antônio Bandeira de Mello e Cláudio Fonteles com apoio de outros juristas.
A Petição 11/2016 alega que Mendes ofendeu os princípios de impessoalidade e celeridade processual no julgamento de processos no Supremo. Já a 12/2016 argumenta que o ministro cometeu “atos incompatíveis” com a honra e o decoro no exercício de suas funções.
Renan afirmou que as duas denúncias basearam-se exclusivamente em matérias jornalísticas, declarações e transcrições de votos. Ele considerou “insubsistente” o conjunto de provas presente nos autos, sem vislumbrar, na sua opinião, a incompatibilidade dos atos do ministro com a honra ou o decoro, nem que outros elementos configurem crimes de responsabilidade.
“Em juízo preliminar, não cabe ao Senado, como já fizemos em outras oportunidades, processar e julgar o ministro por condutas atinentes exclusivamente ao cargo que ocupa, e nos exatos limites de seus poderes”, afirmou o presidente do Senado.
Renan disse que o mesmo entendimento estende-se à conduta de Gilmar Mendes quando manifesta suas opiniões pessoais, o que entende como “uma faculdade que é garantida a qualquer cidadão”.
Mendes desqualificou ontem (19) os juristas que apresentaram pedido de impeachment contra ele no Senado, na semana passada. O grupo acusa o ministro de adotar “comportamento partidário”, mostrando-se leniente com relação a casos de interesse do PSDB e “extremamente rigoroso” no julgamento de processos de interesse do PT e de seus filiados, “nomeadamente os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, não escondendo sua simpatia por aqueles e sua ojeriza por estes”.
“Vi aquela ação e até achei ela um pouco engraçada. É um consórcio de famosos quem, daqueles que já foram e daqueles que nunca serão. Se vocês olharem, é Fábio Konder Comparato, que é um banqueiro travestido de socialista; o nosso Celso Bandeira de Mello, que é um latifundiário travestido de socialista, e outros famosos quem”, disse Mendes antes de participar de um evento na capital paulista.

Fonte: Agência Brasil
*Com informações da Agência Senado

Operação Lava Jato virou tribunal de exceção ?


"Ora, é sabido que os processos e investigações criminais decorrentes da chamada"Operação Lava-Jato", sob a direção do magistrado representado, constituem caso inédito (único, excepcional) no direito brasileiroEm tais condições, neleshaverá situações inéditas, que escaparão ao regramento genérico, destinado aos casos comuns."
Eu já li muitos absurdos, mas esse entrou pra o rol dos principais. Um desembargador dizer que se a Operação Lava Jato representa caso inédito, logo autoriza-se escapar ao regramento destinado aos casos comuns...
É o mesmo que dizer que se ocorre um ato inédito, e que por isso nunca havíamos, por óbvio, considerado crime, tal ato poderá ser punido como crime em razão da autorização para se escapar ao regramento genérico. Isso seria uma aberração!
Além do mais, Constituição veda expressamente a criação de um Tribunal de Exceção (Art. 5º, XXXVII). Logo, se é permitido à Operação Lava Jato escapar ao regramento, temos diante de nós a formação de um tribunal constituído para julgar algo inédito (único, excepcional), portanto a formação de um Tribunal de Exceção. Aliás, em artigo na Folha de São Paulo, Janio de Freitas escreveu:
O "regramento genérico" é o que está nas leis e nos códigos, debatidos e fixados pelo Congresso, e nos regimentos e na jurisprudência criados pelos tribunais. O que "escapa ao regramento" e, em seu lugar, aplica "soluções inéditas" e apenas suas, tem nome no direito e na história: Tribunal de Exceção.
O estado de exceção, segundo Agamben em seu livro Estado de Exceção, resulta da erosão dos poderes legislativos do parlamento, pois este é passivo e impotente. Assim, ficamos à mercê de um ativismo da magistratura. Ainda segundo Agamben, o estado de exceção revela-se absolutamente perigoso, pois anula o estado jurídico do indivíduo.
Não se pode demolir princípios para que "casos inéditos sejam resolvidos". É para isso existe o Princípio da Equidade, que escolhe, dentro do ordenamento, a melhor opção a ser adotada.
"Escapar ao regramento genérico" é autorização para o magistrado agir a seu bel-prazer e "livre arbítrio", ao passo em que agir com equidade não permite agir de "livre-arbítrio", pois não pode ser um agir contrário ao conteúdo expresso em Leis vigentes no país.
Para casos inéditos, que haja a promulgação de leis inéditas. E enquanto lei inédita não é feita, que não haja escapamento a regramento vigente no país, pois ninguém está acima das leis - nem mesmo um Juiz de Direito.
Wagner Francesco ⚖, Estudante de Direito

Theologian and Paralegal
Nascido no interior da Bahia, Conceição do Coité, Teólogo e Acadêmico de Direito. Pesquiso nas áreas do Direito Penal e Processo Penal. facebook.com/autor.wagnerfrancesco 📚

Reflexões sobre filosofia e medicina

Curso de Extensão

Contribuições de Charles Sanders Peirce
para a questão dos diagnósticos em clínica médica
Profa. Dra. Monica Aiub
Sábado, 8 de outubro, das 9 às 16 horas
Local: Instituto Interseção – Rua Martinico Prado, 26 cj. 25 – São Paulo
Desde suas origens, filosofia e medicina aproximam-se, propiciando mútuas influências em seus métodos. Com o objetivo de abordar tais aproximações e influências, atualizando-as nas questões contemporâneas, o Instituto Interseção oferecerá uma série de cursos, denominada Reflexões sobre filosofia e medicina.
O primeiro curso da série abordará as Contribuições de Charles Sanders Peirce para os diagnósticos em clínica médica – tema que pode ser útil não apenas a médicos e filósofos, mas também a pacientes, familiares e profissionais da área da saúde em geral, ou a pessoas que simplesmente desejem cuidar melhor de sua saúde. Não há requisitos para participar.
Programação:
Manhã:
  • Arquitetura do pensamento de Charles Sanders Peirce – Introdução
  • O conceito de semiose em Peirce
Tarde:
  • Questões da semiose em clínica: Diagnósticos
  • Contribuições de Peirce para a revisão do conceito de semiose em clínica
Carga horária: 6 horas.
Metodologia:
Apresentação das teorias a partir de situações clínicas e suas implicações cotidianas, com leitura de textos, questionamentos, problematização e debate entre os participantes.
Bibliografia Básica:
AIUB, M. Peirce e Neurociência do Século XXI: Reflexões sobre filosofia e medicina. São Paulo: FiloCzar, 2016.
_____. Filosofia da mente e psicoterapias. Rio de Janeiro: WAK, 2009.
_____ (org.). Conceitos que sentem, afetos que pensam. Rio de Janeiro: WAK, 2013.
AIUB, M.; BROENS; M.; GONZALEZ, M.E.Q. (orgs.). Filosofia da mente, ciência cognitiva e o pós-humano: Para onde vamos? São Paulo: FiloCzar, 2015.
Preço do curso: R$ 200,00
Haverá certificado para os participantes.
 

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Meditação

Pais que mimam filhos estão criando geração de incapazes de lidar com frustração: Meditação não apenas reduz estresse, ela muda o seu cérebro

 
Postado por  da Mandala Escola 
Sara Lazar, neurocientista do Hospital Geral de Massachusetts e da Escola de Medicina de Harvard, foi uma das primeiras cientistas a aceitar as subjetivas reinvindicações a respeito dos benefícios da meditação e atenção plena e a testa-los com o uso de tomógrafos computadorizados. O que ela encontrou a surpreendeu – que a meditação pode, literalmente, mudar seu cérebro. Ela explica:

Porque você começou a prestar atenção para a meditação, atenção plena e o cérebro?

Eu e uma amiga estávamos treinando para a maratona de Boston. Tive algumas lesões por esforço e procurei um fisioterapeuta, que me disse para parar de correr e apenas fazer alongamentos. Então comecei a praticar ioga como forma de fisioterapia. Percebi que era muito poderoso, que eu tinha benefícios reais, então fiquei interessada em saber como funcionava.
A professora de ioga usou de vários argumentos, dizendo que a ioga iria aumentar a compaixão e abrir o coração. E eu pensei: “ok,ok,ok, estou aqui para alongar”. Mas comecei a perceber que eu estava mais calma. Estava mais apta a lidar com situações mais difíceis. Estava mais compassiva e com o coração mais aberto, e capaz de ver as coisas pelo ponto de vista dos outros.
Pensei, talvez fosse apenas uma resposta placebo. Mas então fiz uma pesquisa bibliográfica da ciência, e vi evidências de que a meditação havia sido associada à diminuição do estresse, da depressão, ansiedade, dor e insônia, e ao aumento da qualidade de vida.
A essa altura, estava fazendo meu PhD em biologia molecular. Então simplesmente resolvi mudar e comecei a fazer essa pesquisa como um pós- doutorado.

O Primeiro estudo avaliou meditadores de longa data versus um grupo controle. Descobrimos que os meditadores de longa data tem a massa cinzenta aumentada na região da ínsula e regiões sensoriais do córtex auditivo e o sensorial. O que faz sentido. Quando você tem atenção plena, você está prestando atenção à sua respiração, aos sons, a experiência do momento presente, e fechando as portas da cognição. É lógico que seus sentidos sejam ampliados.Como você fez essa pesquisa?

Também descobrimos que eles tem mais massa cinzenta no córtex frontal, o que é associado à memória de trabalho e a tomada de decisões administrativas.
Já está provado que nosso córtex encolhe à medida que envelhecemos – se torna mais difícil entender as coisas e se lembrar das coisas. Mas nessa região do córtex pré-frontal, meditadores com 50 anos de idade tinham a mesma quantidade de massa cinzenta que pessoas de 25 anos.
Então a primeira pergunta foi, bem, talvez as pessoas com mais massa cinzenta no estudo já tivessem mais massa cinzenta antes de terem começado a meditar. Então fizemos um segundo estudo.
Pegamos pessoas que nunca tinham meditado antes, e colocamos um grupo deles em um programa de oito semanas de atenção plena com foco na redução de estresse.

O que você descobriu?

Descobrimos diferenças no volume do cérebro depois de oito semanas em cinco regiões diferentes dos cérebros dos dois grupos. No grupo que aprendeu meditação, encontramos um aumento do volume em quatro regiões:
  1. A diferença principal encontramos no giro cingulado posterior, o qual está relacionado às lembranças e auto- regulação.
  2. O hipocampo da esquerda, o qual dá suporte ao aprendizado, cognição, memória e regulação emocional.
  3. A junção temporoparietal, ou JTP, à qual está associada a tomada de decisões, empatia e compaixão.
  4. Uma área do tronco do cérebro chamada de Ponte, onde muitos neurotransmissores reguladores são produzidos.
amigdala, a parte do cérebro responsável pelo instinto de ataque ou fuga, e que é importante nos aspectos da ansiedade, medo e estresse em geral. Essa área ficou menor no grupo que participou do programa de oito semanas de atenção plena com foco na redução de estresse.
A alteração na amigdala também foi associada a uma redução nos níveis de estresse.

Então por quanto tempo alguém precisa meditar até que comece a ver mudanças no seu cérebro?

Nossos dados mostram mudanças no cérebro após apenas oito semanas. Em um programa de atenção plena com foco na redução de estresse, nossos pesquisados participaram de uma aula por semana. Eles receberam uma gravação e foram solicitados a praticar por 40 minutos por dia em casa. E foi assim.

Então, 40 minutos por dia?

Bem, foi altamente variável no estudo. Algumas pessoas praticaram 40 minutos todos os dias. Algumas praticaram menos. Algumas apenas umas duas vezes na semana.
No meu estudo, a média foi de 27 minutos por dia. Ou em torno de meia hora por dia.
Ainda não existem dados suficientes sobre quanto alguém precise praticar para se beneficiar.
Professores de meditação lhe dirão, apesar de não existir absolutamente nenhuma base científica para isso, que comentários de estudantes sugerem que 10 minutos por dia podem trazer benefícios subjetivos. Ainda precisamos testar.
Nós estamos apenas começando um estudo que, com grande esperança, nos permitirá acessar quais são os significados funcionais dessas mudanças. Estudos de outros cientistas mostraram que a meditação pode melhorar a atenção e a habilidade de regular a emoção. Mas a maioria dos estudos não foi com neuroimagens. Então agora estamos esperançosos em trazer o aspecto comportamental e a ciência da neuroimagem para trabalharem juntos.

A partir do que já sabemos da ciência, o que você encorajaria os leitores a fazer?

Atenção plena é similar a um exercício. É uma forma de exercício mental, na realidade. E assim como o exercício melhora a saúde, nos ajuda a administrar melhor o estresse  e promove longevidade, a meditação se propõe a partilhar alguns desses mesmos benefícios.
Mas, assim como o exercício, não pode curar tudo. Então, a ideia é de ser útil como uma terapia de apoio. Não é uma coisa em separado. Já foi usado com muitos outros distúrbios e os resultados variam tremendamente – impactam alguns sintomas, mas não todos.  Os resultados são às vezes modestos. E não funciona para todos.
Ainda está muito cedo para se tentar concluir o que a meditação pode ou não fazer.

Então, sabendo-se das limitações, o que você sugeriria?

Lazar: Parece sim ser benéfico para a maioria das pessoas. A coisa mais importante, se você for tentar fazer, é encontrar um bom professor. Porque é simples, mas também é complexo. Você precisa entender o que está acontecendo na sua mente. Um bom professor não tem preço.

Você medita? E você tem um professor?

Sim e sim.

Que diferença fez em sua vida?

Tenho feito isso por 20 anos, então tem uma influência profunda em minha vida. Dá muito “chão” (ancoragem). Reduz o estresse.  Me ajuda a pensar mais claramente. É maravilhoso para interações interpessoais. Tenho mais empatia e compaixão pelas pessoas.

Qual a sua prática pessoal?

Altamente variável. Alguns dias pratico 40 minutos. Alguns dias cinco minutos.  Alguns dias não pratico nada. É muito parecido com exercício. Exercitar-se  três vezes por semana é maravilhoso. Mas se tudo o que você pode fazer é se exercitar um pouquinho todos os dias, isso também é uma coisa boa. Tenho certeza de que se praticasse mais me beneficiaria mais. Não tenho ideia se estou tendo mudanças no meu cérebro ou não.  E é isso que funciona para mim nesse momento.
Texto original: Brigid Schulte
Tradução: Joann Schaly