sábado, 15 de abril de 2017

RESUMO: O homem é o nada a priori e será aquilo que fizer de si mesmo ao longo da sua existência

O QUE É O SER HUMANO? A CONDIÇÃO ANIMAL COMO PONTO INICIAL NO PROCESSO DE COMPREENSÃO DO HOMEM



O conceito de estado de natureza tem a função de explicar a situação pré-social na qual, os indivíduos existem isoladamente. Duas foram as principais concepções do estado de natureza:
1. A CONCEPÇÃO DE HOBBES (no século XVII), segundo a qual, em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos ou "o homem lobo do homem". Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para se protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. Essas duas atitudes são inúteis, pois sempre haverá alguém mais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas. A vida não tem garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é a força do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar.
RESUMO: o homem é mal e egoísta por natureza

2.A CONCEPÇÃO DE ROUSSEAU (no século XVIII), segundo a qual, em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a Natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, pelo grito e pelo canto, numa língua generosa e benevolente. Esse estado de felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do bom selvagem inocente, termina quando alguém cerca um terreno e diz: "É meu". A divisão entre o meu e o teu, isto é, a propriedade privada, dá origem ao estado de sociedade, que corresponde, agora, ao estado de natureza hobbesiano da guerra de todos contra todos.
RESUMO: o homem é o bom selvagem e a civilização que o corrompe

3.  A CONCEPÇÃO DE FREUD Para Freud o homem é um ser de desejo. Sigo com as três instâncias básicas: o id, regido pelo "princípio do prazer", instância que acompanha o ente humano desde a sua origem, tinha a função de descarregar as tensões biológicas, é a reserva inconsciente dos desejos e impulsos de origem genética e voltados para a preservação e propagação da vida. Para Freud, em grande parte, esses desejos seriam de caráter sexual, tendo em mira o prazer. Osuperego, também inconsciente é gradualmente formado no "Ego". O Superego faz a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura proíbem ao Id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e desejos. É o órgão da repressão, particularmente a repressão sexual. Manifesta-se á consciência indiretamente, sob a forma da moral, como um conjunto de interdições e de deveres, e por meio da educação, pela produção da imagem do "Eu ideal", isto é, da pessoa moral, boa e virtuosa. 
O Superego ou censura desenvolve-se em um período que Freud designa como período de latência, situado entre os 6 ou 7 anos e o inicio da puberdade ou adolescência. Nesse período, forma-se nossa personalidade moral e social. O ego é a consciência, ou a racionalidade. É a menor e mais frágil parte da vida psíquica, subtraída aos desejos do Id e à repressão do Superego.
 Lida com a estimulação que vem tanto da própria mente como do mundo exterior. Racionaliza em favor do Id, mas é governado pelo "princípio de realidade", ou seja, a necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer ao Id sem transgredir as exigências do Superego. 

RESUMO: o homem é um ser de instinto, parcialmente racional e imensamente influenciado pela inconsciência.

4- NA CONCEPÇÃO DE SARTRE: o homem é o nada de predisposições, tábula rasa ( não tem nada de inato) foi lançado ao mundo sem justificativa, não decidiu existir e, por isso, tem a liberdade absoluta de escolher o homem que deseja ser, isto é, de fazer-se o homem que corresponde às expectativas do seu próprio projeto de vida.
A existência precede a essência, ou seja, primeiro o homem nasce, se relaciona com os outros e depois desenvolve a sua personalidade e o seu ponto de vista sobre a vida. Ou seja, o homem é aquilo que faz de si mesmo enquanto existe. Nas palavras de Sartre: O homem nada mais é do que o seu projeto; só existe na medida em que se realiza; não é nada além do conjunto de seus atos, nada mais que sua vida (SARTRE, 1987, p. 13).