O texto abaixo descrito é de Frei Betto escritor e assessor de movimentos sociais.
O Brasil viveu 21 anos (1964-1985) sob ditadura militar. A esdrúxula Lei da Anistiapretende colocar uma pedra sobre as atrocidades cometidas naquele período contra os que lutavam por liberdade e democracia. E há escolas e universidades que ainda ignoram o terrorismo de Estado vigente no Brasil ao longo de duas décadas.
No entanto, as vítimas não se calam. Não admitem clandestinizar a dor de seu sofrimento e a de tantas famílias de mortos e desaparecidos. Segundo Primo Levi, sem memória da injustiça não há justiça possível.
No momento em que o governo Dilma Rousseff aprova a Comissão da Verdade é preciso lembrar que funciona em São Paulo o Núcleo de Preservação da Memória Política. Surgiu em 2007, no contexto das atividades do Fórum Permanente de Ex-Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo, fundado para defender os interesses dos ex-prisioneiros políticos e perseguidos durante a ditadura.
Em 2008, logrou que o antigo prédio do DEOPS, no Largo General Osório, se transformasse em Memorial da Resistência. Desde então, promove ali os Sábados Resistentes. É o primeiro projeto museológico de memória no Brasil.
Em 2009, tornou-se uma instituição independente. Propõe-se a mobilizar pessoas interessadas na abertura dos arquivos da ditadura, preservar a memória das vítimas, incrementar a cultura de respeito aos direitos humanos, propiciar formação política às novas gerações.
Hoje, o Núcleo Memória é membro da Coalizão Internacional de Museus de Consciência em Lugares Históricos.
O objetivo do Núcleo Memória é preservar a luta pela liberdade e democracia; dignificar a história dos brasileiros que se empenharam nesse sentido; colher depoimentos e fontes documentais que permitam fortalecer o resgate histórico; e conhecer o passado recente da história do Brasil.
Empenha-se também em promover a recuperação dos lugares emblemáticos em que foram praticadas violações aos direitos humanos; realizar eventos culturais relacionados à resistência e à memória; exigir dos poderes públicos a preservação e divulgação dos arquivos existentes; valorizar os lugares simbólicos de atos da resistência democrática; participar de intercâmbios de experiências similares em outros países, em especial no MERCOSUL.
POR QUE ESTUDAR RELIGIÃO? Folha de São Paulo, 20 de fevereiro de 2012. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/26776-por-que-estudar-religiao.shtml Proponho algumas hipóteses sobre os motivos de estudar religião em vez de viver sua fé cotidiana Você estuda religião? Aposto que, se sua resposta for "sim", a causa é uma das hipóteses abaixo. Somos previsíveis como ratos de laboratórios. Estudar religião cientificamente seria estudá-la sem fins religiosos, ou seja, "de modo objetivo": via neurologia, sociologia, antropologia, psicologia, história, filosofia. Trocando em miúdos, estudar religião cientificamente é estudá-la sem fins "lucrativos" para a própria fé do estudioso. Neste sentido, o melhor seria um ateu estudar Deus ou um cristão estudar budismo, porque assim não "lucrariam" com seus objetos de estudo. Duvido profundamente deste pressuposto. Não porque seja impossível em si nem porque neutralidade em ciência seja algo absurdo. Trabalhar com ciência não é fruto de amor ao conhecimento, mas sim um modo de ganhar a vida muitas vezes menos competitivo do que o mercado de profissionais autônomos ou das grandes corporações. Julgo esse problema da neutralidade do conhecimento científico tão improdutivo quanto se perguntar como faziam os últimos medievais, se Deus poderia criar uma pedra que Ele mesmo não poderia carregar -já que Ele seria onipotente e, portanto, poderia criar qualquer coisa. Mas, sendo Ele onipotente, como poderia existir uma pedra que Ele mesmo não poderia carregar? Como você vê, trata-se de uma pergunta "podre" no sentido de ser simples perda de tempo. Um beco sem saída. Acho que a chamada "neutralidade" em estudos da religião não passa de um preconceito contra a fé religiosa, porque em ciências humanas a neutralidade não é um pressuposto universalmente cobrado em todos os campos de pesquisa. Por exemplo, quando mulheres estudam "opressão feminina", não estariam elas sob suspeita, uma vez que são mulheres e, portanto, suspeitas em "lucrar" com os ganhos do próprio estudo? Ou, quando gays estudam "opressão contra os gays", não estariam eles também sob suspeita, na medida em que eles, gays, também "lucrariam" com o estudo de seu próprio caso? Ou mesmo ateus estudando Deus não estariam sob suspeita de quererem desconstruir a fé a fim de desvalorizá-la? Por isso acho mais interessante ir logo a questões mais pragmáticas e perguntar: "Por que as pessoas querem estudar religião em vez de simplesmente viver suas religiões em seus templos e fé cotidiana?". Proponho as seguintes hipóteses. 1. Pessoas buscam a universidade ou instituições afins para estudar religião porque têm inquietações "espirituais", mas se acham "cultas e bem (in)formadas" e estão um tanto de saco cheio das "igrejas" (no sentido de religiões institucionais) que existem no mercado. Ou mesmo porque sentem vergonha de serem religiosas "oficialmente" e, por isso, preferem estudar religião a praticar religião. 2. Porque odeiam religião por conta de traumas infantis familiares ou escolares ou por algum grande sofrimento que gerou algum tipo de "revolta contra Deus". Normalmente essas pessoas querem acabar com a religião. 3. Razões ideológicas: religião aliena (marxistas), oprime mulheres e gays, condena o sexo. Ou seja: querem um mundo sem religião ou com religiões simpáticas a suas ideologias. 4. Para abrir uma igreja, ganhar dinheiro ou poder político. 5. Para tornar sua vivência religiosa mais "culta e bem informada" e "modernizar" sua vida religiosa cotidiana, como em questões relacionadas à ciência ou à ética. 6. Por diletantismo sofisticado movido por inquietações existenciais e/ou filosóficas. 7. Porque pertenceram ao clero de alguma religião e só sabem ganhar a vida com temas relacionados à religião. 8. Para usar o conhecimento em recursos humanos nas empresas. 9. Geopolítica internacional: fundamentalismos, multiculturalismos, comércio exterior. 10. Porque é professor e o ensino religioso é um mercado em expansão, além de que, se for egresso de classes sociais inferiores (o que é muito comum), títulos acadêmicos costumam ser uma ferramenta razoável de status e aumento na renda. Resumo da ópera: dinheiro, status, angústia existencial, fé, política, opção profissional à mão ou simplesmente falta de opção.
Estudantes já podem se inscrever em lista de espera do ProUni
Neste ano, o ProUni ofereceu 194 mil bolsas de estudo e mais de 1,2 milhão de alunos candidataram-se para receber o benefício
Os estudantes que se inscreveram para disputar uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni) e não conseguiram o benefício podem se cadastrar na lista de espera. O instrumento será usado pelas instituições de ensino para preencher as bolsas que tenham sobrado.
Os estudantes devem acessar o site do programa e clicar na opção “manifestar interesse na lista de espera”. O prazo se encerra sexta-feira.
Nesta edição, o ProUni ofereceu 194 mil bolsas de estudo e mais de 1,2 milhão de alunos candidataram-se para receber o benefício.
Para participar do ProUni, é necessário ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou ter estudado em colégio particular com bolsa integral.
As bolsas integrais são destinadas àqueles com renda familiar per capitamensal de até 1,5 salário mínimo. Já o benefício parcial pode ser pleiteado por quem tem renda familiar per capita de até três salários mínimos.
Um antropólogo estudava os usos e costumes de uma tribo na África, e porque ele ...estava
sempre rodeado pelas crianças da tribo, decidiu fazer algo divertido
entre elas; Conseguiu uma boa porção de doces na cidade e colocou todos
os doces dentro de um cesto decorado com fita e outros adereços, e
depois deixou o cesto debaixo de uma árvore.
Aí ele chamou as
crianças e combinou a brincadeira, que quando ele dissesse “já”, elas
deveriam correr até aquela árvore e o primeiro que agarrasse o cesto,
seria o vencedor e teria o direito de comer todos os doces sozinho.
As crianças se posicionaram em linha, esperando pelo sinal combinado.
Quando ele disse “Já!”, imediatamente todas as crianças se deram as
mãos e saíram correndo juntas em direção do cesto. Todas elas chegaram
juntas e começaram a dividir os doces, e sentadas no chão, comeram
felizes.
O antropólogo foi ao encontro delas e indignado
perguntou por que elas tinham ido todas juntas, quando só uma poderia
ter tido o cesto inteiro.
Foi ai que elas responderam: - “UBUNTU!!!” “Como um só de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?“
UBUNTU significa: - “EU SOU, PORQUE NÓS SOMOS!”
Às vezes a gente pensa que vem pra África pra ensinar a eles, quando na verdade a gente tem muito do que aprender com eles.
Rachel Mwanza é a primeira atriz negra africana a ganhar o Urso de Berlim como melhor interpretação.
O
júri do Festival de Cinema de Berlim premiou como melhor atriz uma
menina rejeitada pela mãe, mais tarde pela avó, que viveu na rua antes
de ser recuperada por uma organização humanitária, quando foi
alfaberizada.
A atriz negra Rachel Mwanza é originária do Congo, RDC, e faz o
papel de uma menina soldado, sequestrada por rebeldes e obrigada a lutar
com eles depois de um aprendizado no manejo de metralhadora. Seus dois
primeiros assassinatos, no filme, foram seus próprios pais.
Em pouco tempo, ela é considerada feiticeira e assim sobrevive no
grupo até fugir com outro soldado, também sequestrado, que é morto ao
ser reencontrado pelos rebeldes. Há um toque esperança, pois a
« feiticeira » tem um filho, uma família de acolha e a vida poderá
recomeçar em outras bases.
Rachel, conta o realizador Kim Nguyen, do filme Rebelde, teve
uma vida tão dificil quase como a contada no filme. Ela cresceu na rua e
hoje ela frequenta a escola e diversas pessoas a ajudam. O paralelo
entre a história contada no filme e a vida de Rachel é também
interessante. Com o dinheiro do filme procuramos também ajudar Rachel
mas não fácil visto seu contexto familiar e ainda hoje ela precisa
reunir o máximo de força e tenacidade para adquir independência.
É a própria Rachel quem conta – « quando ainda pequena, minha mãe
mudou-se para outra cidade, meu pai foi para outro lugar e eu me vi
sozinha. Foi minha avó quem me cuidou e éramos seis, duas meninas e
quatro meninos. Mas minha avó ficou depois desempregada e para
sobreviver ela vendia pequenas coisas na rua e fazia assim um pequeno
comércio para poder viver.
Foi uma época muito difícil para nós, até que chegou o momento em que
não podia mais nos sustentar e um dia ela disse a um de meus irmãos que
devíamos partir de casa. Os grandes precisam partir e eu guardo só os
pequenos, disse minha avó. Vivíamos num lugar precário, minha avó não
suportava mais a situação e eu parti.
Tive, então de arranjar o que comer na rua e sobreviver sozinha.
Comecei a vender nozes, avelão e frutas secas e com isso tinha um
pouquinho dinheiro. Meus pais também faziam pequenos empregos mas
vivíamos na rua. Enfim, consegui um alojamento, mas as condições eram
também difíceis e hostis.
Em seguida, fui viver na casa de uma amiga, ela tinha mais idade que
eu e eu a ajudava nas coisas de casa. Um de meus irmãos se chama Che
Guevara. Ele conhecia um branco chamado Macaré, que fazia castings para
filmes e foi assim que fui selecionada para um documentário.
Depois de participar de um documentário, ganhei 600 dólares e dei para
minha avó para poder ir à escola, mas o dinheiro previsto para as
despesas com a escola não foi assim utilizado e minha avó guardou para
ela. Então decidi retornar ao centro de acolha onde estivera e foi assim
que reapareceu o europeu Macaré, que me falou haver cenas a refazer no
documentário.
Um dia ao retornar à minha família, meus irmãos me disseram, soubemos
que você trabalhou num filme e seria bom que voce prossiga nesse
caminho. Foi uma espécie de milagre, se assim posso dizer, ter
trabalhado no primeiro filme e hje sei ler, o trabalho neste filme Rebelde
foi uma grande para mim e quero agradecer a todos aqueles que me
ajudaram a participar desse projeto, sao eles hoje minha família ». Rui Maartins, de Berlim, convidado pelo Festival de Cinema de Berlim
COPENE tem como principal intenção apresentar e discutir os processos de produção e difusão de conhecimentos intrinsecamente ligados às lutas históricas empreendidas pelas populações negras nas Diásporas Africanas, emanadas nos espaços de religiosidades, nos quilombos, nos movimentos negros organizados, na imprensa, nas artes e na literatura, nas escolas e universidades, nas organizações não-governamentais, nas empresas e nas diversas esferas estatais, que resistem, reivindicam e propõem alternativas políticas e sociais que atendam às necessidades das populações negras, visando a constituição material dos direitos.O tema do VII COPENE (Congresso Brasileiro de Pesquisador@s Negr@s) é “Os desafios da Luta Antirracista no século XXI” e este encontro acontecerá de 16 a 20 de julho de 2012 na Universidade do Estado de Santa Catarina em Florianópolis/SC. O COPENE tem como principal intenção apresentar e discutir os processos de produção e difusão de conhecimentos intrinsecamente ligados às lutas históricas empreendidas pelas populações negras nas Diásporas Africanas, emanadas nos espaços de religiosidades, nos quilombos, nos movimentos negros organizados, na imprensa, nas artes e na literatura, nas escolas e universidades, nas organizações não-governamentais, nas empresas e nas diversas esferas estatais, que resistem, reivindicam e propõem alternativas políticas e sociais que atendam às necessidades das populações negras, visando a constituição material dos direitos.O tema do VII COPENE (Congresso Brasileiro de Pesquisador@s Negr@s) é “Os desafios da Luta Antirracista no século XXI” e este encontro acontecerá de 16 a 20 de julho de 2012 na Universidade do Estado de Santa Catarina em Florianópolis/SC.
Bom dia a todos enquanto preparo um chá para meu desejum, sim pois a vontade mesmo era a de tomar um café mas estou procurando hábitos que me sejam mais saudáveis, abri meu twitter e fiu ler uma reportagem do Correio do Brasil e me deparei com uma esplanação para mim muito lúcida de um advogado sobre o que está ocorrendo no Estado da Bahia que posto abaixo.
A PM foi uma criação da ditadura militar
A greve dos PMs na Bahia expõe uma velha chaga brasileira. Uma chaga
que a imprensa parece não querer entender, muito menos ajudar a
extirpar.
As PMs foram criadas durante a Ditadura para combater a guerrilha
urbana. Foram concebidas sob a ideologia da “segurança nacional” como
tropas militares auxiliares e subordinadas ao Exército para serem usadas
no front interno e urbano.
O fim da Ditadura deveria acarretar a extinção das PMs, mas não foi
isto o que ocorreu. A assembléia constituinte contemporizou onde não
deveria e acabou se tornando refém de um Centrão, cujo compromisso
político era preservar as coisas como estavam. A preservação das PMs são
a prova da capenga reconstitucionalização do país.
As PMs foram os instrumentos da guerra interna contra os dissidentes
políticos. E se tornaram os instrumentos de uma guerra interna contra os
pobres e indesejados (como vimos nos casos da Cracolândia e do
Pinheirinho em São Paulo). Vez por outra, neste ou naquele estado, a
tropa da PM se rebela por questões salariais. Quando isto ocorre a imprensa parece não saber lidar com a questão.
Em primeiro lugar é preciso deixar bem claro que este nó só pode ser
desfeito com um golpe de espada. Algumas instituições não podem ser
reformadas, nem remendadas. Isto é um fato doloroso, mas nem por isto
deixa de ser um imperativo histórico. Os vícios originais de sua
concepção são tantos e tamanhos que as PMs devem ser extintas.
Democracia e pluralismo são incompatíveis com a existência de polícias
militarizadas, encarregadas de uma guerra interna urbana e submetidas a
uma hierarquia que reforça o poder dos seus comandantes e, portanto, o
potencial destrutivo destes quando eles se corrompem.
A guerra interna acabou quando da promulgação da constituição de
1988. A sobrevivência das PMs é uma anomalia que tem causado mais
problemas do que resolvido os problemas de segurança pública.
Quando trata do problema, entretanto, a imprensa parece não ver isto.
Alguns jornalistas atacam os grevistas, que realmente exageram e se
comportam como marginais; outros lamentam a falta de iniciativa do
governador Bahia, se esquecendo que é preciso defender a soberania
popular que conferiu validade ao poder que ele exerce e representa.
No Twitter vi um cidadão comparar a atuação dos PMs grevistas com a
dos mafiosos, pois segundo ele “só os mafiosos negociam com armas em
punho”. É verdade, só os mafiosos negociam desta maneira, mas entre os
mafiosos as greves nunca ocorrem. Afinal, o crime organizado não admite
defecções e insubordinações. Entre bandidos estas coisas geralmente
acabam no fundo de um rio ou numa sepultura cavada na calada da noite em
terreno não consagrado. Os PMs em greve, entretanto, abusam de sua
condição de tropa armada sabendo que a sociedade não pode e não vai
liquidá-los como se fosse a máfia.
O governador está certo em não ceder às pressões dos grevistas. Ele
foi eleito pelo povo da Bahia e o representa. Aqueles que querem acuá-lo
cuidam de seus interesses mesquinhos ou desdenham a soberania popular
(este parece ser o caso de ACM neto e do PSOL que surfam na crista da
onda grevista com uma discreta ajuda da imprensa). O golpismo de
esquerda e de direita instrumentalizado pela greve da PM baiana é
evidente e Jacques Vagner deve resistir a isto. Se necessário ele deve
resistir até mesmo a imprensa, pois aqueles que dão voz e visibilidade a
ACM neto e ao PSOL não foram eleitos pelo povo. Aqueles que se
insubordinaram, que amedrontaram a população baiana e que tentaram
colocar armas na cabeça do governador não pretendem negociar, querem
imperar. E nunca democracia o império é e sempre deve ser do povo, do
povo que elegeu Jacques Vagner.
Infelizmente uma parte da imprensa se apressa em desqualificar o
governador, desqualificando assim a democracia. O que os adversários da
democracia na Bahia querem? Que o Estado seja governado por um Coronel
da PM que mantenha os soldados quietos pagando-lhes os salários que eles
desejam? A regressão em marcha é evidente. Na Bahia a democracia
brasileira resistirá ou será arruinada. Fábio de Oliveira Ribeiroé advogado.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Recebi este email e o posto aqui não posso confirmar a veracidade do mesmo quanto a ter sido uma carta recebida pelo dito jornalista porém por seu conteúdo já de todo proveitosa.
Quem é mais rico?
O Brasil ou os EUA ?
Carta recebida por Alexandre Garcia
( comentarista da rede Globo )
enviada por um amigo Americano.
Segue a carta:
" Caros amigos brasileiros e " ricaços "
Voces
brasileiros pagam o dobro do que os americanos pagam pela água que
consomem, Embora tenham água doce disponível, aproximadamente 25% da
reserva mundial de água Doce está no Brasil.
Voces
brasileiros pagam 60% a mais nas tarifas de telefone e eletricidade.
Embora 95% da produção de energia em seu país seja hidroelétrica ( mais
barata e não poluente ).
Enquanto
nós, pobres americanos, somente podemos pagar pela energia altamente
poluente, produzidas por usinas termelétricas à base de carvão e
petróleo e as perigosas usinas Nucleares.
E por falar em petróleo...
Voces
brasileiros pagam o dobro pela gasolina, que ainda por cima é de má
qualidade, que acabam com os motores dos carros, misturas para
beneficiar os usineiros de álcool. Não dá para entender, seu país é
quase auto-suficiente em produção de petróleo (75% é produzido aí) e
ainda assim tem preços tão elevados. Aqui nos EUA nós defendemos com
unhas e dentes o preço do combustível que está estabilizado a vários
anos US$ 0,30 ou seja R$ 0,90 Obs: gasolina pura, sem mistura.
E por falar em carro...
Voces
brasileiros pagam R$ 40 mil por um carro que nos nos EUA pagamos R$ 20
mil. Voces dão de presente para seu governo R$ 20 mil para gastar não se
sabe com que e nem aonde, já que os serviços públicos no Brasil são um
lixo perto dos serviços prestados pelo setor público nos EUA. Na
Flórida, caros brasileiros, nós somos muito pobres; o governo estadual
cobra apenas 2% de imposto sobre o valor agregado (equivalente ao ICMS
no Brasil) , e mais 4% de imposto federal , o que dá um total de 6%.
No Brasil voces são muito ricos, já que afinal concordam em pagar 18% só de ICMS.
E já que falamos de impostos...
Eu
não entendo porque voces alegam serem pobres, se, afinal, voces não se
importam em pagar, além desse absurdo ICMS, mais PIS, CONFINS, CPMF,
ISS, IPTU, IR, ITR e outras dezenas de impostos, taxas e contribuições,
em geral com efeito cascata, de imposto sobre imposto, e ainda assim
fazem festa em estádios de futebol e nas passarelas de Carnaval . Sinal
de que não se incomodam com esse confisco maligno que o governo promove,
lhes tirando 4 meses por ano de seu suado trabalho.
De
acordo com estudos realizados, um brasileiro trabalha 4 meses por ano
somente para pagar a carga tributária de impostos diretos e indiretos.
Segue...
Nós
americanos lembramos que somos extremamente pobres, tanto que o governo
isenta de pagar imposto de renda todos que ganham menos de US$ 3 mil
dólares por mês (equivalente a R$ 9.300,00), enquanto aí no Brasil os
assalariados devem viver muito bem, pois pagam imposto de renda todos
que ganham a partir de R$ 1.200,00. Além disso, voces tem desconto
retido na fonte, ou seja, ainda antecipam o imposto para o governo, sem
saber se vão ter renda até o final do ano. Aqui nos EUA nos declaramos o
imposto de renda apenas no final do ano, e caso tenhamos tido renda, ai
sim recolhemos o valor devido aos cofres públicos. Essa certeza nos
bons resultados futuros torna o Brasil um país insuperável.
Aí
no Brasil vocês pagam escolas e livros para seus filhos, porque afinal,
devem nadar em dinheiro, e aqui nos EUA, nós, pobres de país americano,
como não temos toda essa fortuna, mandamos nossos filhos para as
excelentes escolas públicas com livros gratuitos. Vocês, ricaços do
Brasil, quando tomam no banco um empréstimo pessoal, pagam POR MÊS o que
nos pobres americanos pagamos POR ANO.
E por falar em pagamentos...
Caro
amigo brasileiro, quando voce me contou que pagou R$ 2.500,00 pelo
seguro de seu carro, aí sim eu confirmei a minha tese: vocês são podres
de rico!!!!!!
Nós
nunca poderíamos pagar tudo isso por um simples seguro de automóvel.
Por meu carro grande e luxuoso, eu pago US$ 345,00. Quando você me disse
que também paga R$ 1.700,00 de IPVA pelo seu carro, não tive mais
dúvidas. Nós pagamos apenas US$ 15,00 de licenciamento anual, não
importando qual tipo de veículo seja. Afinal, quem é rico e quem é pobre
?
Aí
no Brasil 20% da população economicamente ativa não trabalha. Aqui, não
podemos nos dar ao luxo de sustentar além de 4% da população que está
desempregada.
Não é mais rico quem pode sustentar mais gente que não trabalha ???
Comentários:
Caro
leitor, estou sem argumentos para contestar este ianque. Afinal, a moda
nacional brasileira é a aparência. Cada vez mais vamos nos convencendo
de que não é preciso ser, basta parecer ser. E, afinal, gastando muito, a
gente aparenta ser rico. Realmente é difícil comparar esta grande nação
chamada EUA que desde o seu descobrimento teve uma colonização de
povoamento, com nosso país que foi colônia de exploração por mais de 300
anos, com nossas riquezas sendo enviadas para Portugal. E hoje ainda
sofremos com essa exploração, só que dos próprios governantes que pilham
e enviam nossas riquezas para suas contas bancárias em paraísos
fiscais. E não fazemos nada para promover uma mudança radical de
atitudes, conceitos e afirmação de nossa dignidade. Precisamos sair
deste comodismo que estamos vivendo ou o sonho do País do futuro será
apenas um ideal na boca dos demagogos que estão no poder.
Assina: Alexandre Garcia
CONCLUSÃO:
" Não se trata de sermos um país rico, mas sim de uma República de BANANAS !"
Recebi essa contribuição via email de minha esposa Claudia Magda e percebo que a mesma faz parte do blog: Boilerdo (o qual recomendo, por seu viés ideológico coerente)
Estamos
num refeitório estudantil, de uma universidade alemã. Uma aluna
loirinha e indiscutivelmente germânica retira seu bandejão com o prato
do dia e vai se sentar em uma mesa. Então,descobre que esqueceu de pegar
os talheres, e volta para buscá-los. Ao regressar, descobre com
surpresa que um rapaz negro – a julgar por seu aspecto, vindo
provavelmente de algum lugar bem ao sul do Saara – tinha se sentado no
seu lugar, e estava comendo da sua bandeja. No
começo, a garota se sente desconcertada e agredida, mas logo corrige seu
pensamento inicial e supõe que o africano não está acostumado ao
sentido de propriedade privada e de intimidade do europeu, ou quem sabem
não tenha dinheiro suficiente para comprar sua própria comida, apesar
de a bandeja universitária ser até barata, considerando o elevado custo
de vida do seu rico país. A garota, portanto,
decide se sentar em frente ao sujeito, sorrindo amistosamente, o que o
rapaz negro responde com outro sorriso pacífico. Em seguida, a alemã
começa a comer da comida que está na bandeja em frente aos dois,
tentando demonstrar a maior naturalidade possível, compartilhando aquela
refeição com o colega com saborosa generosidade e cortesia. Assim, ele
vai comendo a salada, enquanto ela aproveita a sopa, ambos beliscam
igualitariamente o mesmo refogado, até limpar o prato, até que ele
escolhe o iogurte de sobremesa, enquanto ela prefere a fruta. Tudo isso
acompanhado de diversas expressões educadas, tímidas por parte do rapaz,
suavemente condescendente e compreensivas por parte dela.
Terminado
o almoço, a aluna alemã se levanta para ir buscar um café. E então
descobre, na mesa que estava logo atrás dela, sua própria jaqueta
colocada sobre o braço de uma cadeira, e em frente a esta, uma bandeja
de comida intacta. Dedico esta história
deliciosa, que além do mais é verídica, a todos aqueles espanhóis (nota
do tradutor: e se poderia estender também aos brasileiros) que no fundo
nutrem um enorme receio pelos imigrantes e os consideram indivíduos
inferiores. A todas essas pessoas que, ainda que bem intencionadas,
observam o mundo com condescendência e paternalismo. Será melhor se nos
livramos dos prejuízos, ou corremos o risco de fazer o mesmo ridículo
que a pobre alemã, que pensava ser o cúmulo da civilização, enquanto o
africano, ele sim imensamente educado, a deixou comer de sua bandeja,
talvez pensando: "acho que esses europeus estão mesmo malucos". Do Pragmatismo Político
Quero também aproveitando o tema da última postagem (pessoas dependentes de sexo) e postar um site muito simples, direto e extremamente bem informado (sem preconceito) sobre dependências químicas, se você tem alguém que ama ou estima e deseja ajudar indique este site !
A postagem de hoje é de uma reportagem de extrema importância da revista Época, o que por muitos é considerado safadeza ou outras expressões "chulas" é na verdade uma patologia, aliás se as pessoas estudassem mais Freud talvez seriam menos preconceituosas....
"Eu sou viciado em sexo"
O drama de quem perdeu a família, o emprego e
até a saúde para atender a um desejo insaciável e doentio. Como
identificar e tratar esse distúrbio do prazer
LETÍCIA SORG
|
Ricardo, engenheiro carioca de 41 anos, passou grande parte de seus
anos de faculdade na noite. Saía desde terça-feira e se achava um
garanhão: fazia sucesso com as amigas dos amigos. Quando não havia mais a
quem ser apresentado, Ricardo passou a dedicar cada vez mais tempo a
encontrar novas parceiras. Os amigos, as conversas e mesmo os estudos
foram ficando para trás. A qualquer lugar que ia, sua preocupação era
encontrar mulheres. A urgência era tão grande que um dia foi pego por um
policial fazendo sexo com uma mulher dentro do carro, na Lagoa Rodrigo
de Freitas. Por pouco não foi parar na delegacia. Desconfiou que tinha
um problema quando a fixação no sexo o levou a trancar a faculdade.
• Mário, um profissional de saúde paranaense de 40 anos, tinha um bom
relacionamento com a mulher, mas sempre se sentiu atraído por homens.
Nunca transformara o desejo em prática, até que, num bate-papo on-line,
marcou encontro com um desconhecido. Depois do primeiro, seguiram-se
vários nos dois anos seguintes. Em uma semana, foram oito. Mário nem
sabia seus nomes. Envergonhava-se daquele comportamento e o escondia. Um
dia, descuidou-se. Deixou o programa de chat aberto no computador. A
mulher descobriu e, arrasada, pediu a separação. Depois do divórcio,
Mário entrou em depressão, começou a beber e, com medo de se tornar
dependente de álcool, decidiu buscar ajuda. Descobriu no Alcoólicos
Anônimos que seu problema não era a bebida, mas o sexo.
• Hugo, um corretor de seguros de 40 anos, de Fortaleza, tentou três
vezes seduzir a própria sogra. Colocou a culpa na bebida, mas era só a
fantasia crescendo. Quando ia para a praia, tinha de se masturbar no mar
e, mesmo casado, tinha relações com várias mulheres, prostitutas entre
elas. Chegou a pagar passagem de avião e hospedagem para uma delas
visitá-lo. Um dia, voltando de uma festa em que não tinha ficado com
ninguém, decidiu passar pela Avenida Beira-Mar, ponto de programas. Com o
cartão de crédito estourado e sem dinheiro no banco, foi parar na casa
de uma prostituta na favela e pagou com um tíquete-refeição. Nesse
momento, percebeu que sua relação com o sexo não era como a de seus
amigos.
• Caio, um produtor musical de 48 anos, de São Paulo, viu sua vida
sexual com a mulher murchar depois do nascimento da primeira filha. Na
mesma época, suas viagens a trabalho se intensificaram. Longe de casa,
num ambiente de festas, drogas e sexo, começou a ter aventuras. Durante a
semana, voltava para a família e se acalmava. Mas a ansiedade por novos
encontros aumentou, e Caio chegou a se hospedar sozinho num hotel em
São Paulo em busca de mulheres. Numa das viagens de trabalho, numa
festa, bebeu um pouco a mais e acabou ficando com um homem, mesmo sem
nunca ter tido experiências homossexuais. Sua mulher desconfiou quando
descobriu uma doença venérea.
• Cátia, uma economista de 54 anos que mora no Rio de Janeiro, não teve
muitos parceiros. Mas sua vida era tragada pelo sexo dentro dos
relacionamentos. Passou uma semana trancada no quarto, deixando para
trás o trabalho num órgão público e o cuidado com as duas filhas. A
necessidade de sexo se sobrepunha até às orientações médicas de parar de
transar durante tratamentos ginecológicos. Depois de várias relações
intensas e destrutivas, Cátia perdeu o controle sobre o próprio desejo.
Com o fim do último relacionamento, passou a se masturbar dirigindo e
também no ambiente de trabalho.
Dependência de sexo, comportamento sexual compulsivo e transtorno
hipersexual. Há dúvidas sobre como classificar o distúrbio de Ricardo,
Mário, Hugo, Caio e Cátia (os nomes são falsos), que acabaram buscando
ajuda médica ou psicológica. O debate sobre o que os aflige acontece há
mais de um século. A primeira referência vem do psiquiatra alemão
Richard von Krafft-Ebing, em seu livro Psicopatias sexuais, de
1886. Na obra, ele tenta categorizar o que chama de “desvios sexuais”.
Discute a homossexualidade, o sadismo, o fetichismo e o que antigamente
se chamava de ninfomania, o excesso feminino de sexo. Muitos dos
comportamentos que Krafft-Ebing descreveu deixaram de ser considerados
patológicos ao longo dos anos, das mudanças sociais e do avanço das
pesquisas. O caso mais notório é a homossexualidade.
A mensagem
Para vocêO desejo sexual, quando atrapalha outras áreas da vida, pode não ser saudável Para a sociedadeÉ difícil estabelecer um padrão de normalidade para o sexo sem moralismos. Os limites são individuais
Mas o “desejo sexual excessivo” entrou para o rol do Código
Internacional de Doenças, publicado pela Organização Mundial da Saúde. A
quarta edição do Manual estatístico de doenças mentais (DSM,
na sigla em inglês), a referência dos diagnósticos psiquiátricos, não
tem uma categoria própria para o problema. Cita o comportamento sexual
excessivo entre os “transtornos sexuais não especificados”. A próxima
edição do DSM, prevista para 2013, deverá incluir uma menção a
“transtorno hipersexual”.
É pouco provável, porém, que a nova classificação encerre o debate. Por
dois motivos. Primeiro, porque sempre foi e será difícil estabelecer os
parâmetros de normalidade do comportamento sexual humano. Não existe um
limite ideal para o número de orgasmos ou para o tempo gasto com
fantasias ou relações sexuais. Segundo, porque a quantidade de sexo,
como sugere o termo “hipersexualidade”, não é o fator decisivo para o
diagnóstico. “A dependência sexual não tem a ver com a intensidade da
atividade sexual. Nem com sua frequência”, disse a ÉPOCA o psicólogo
americano Patrick Carnes, fundador do International Institute for Trauma
and Addiction
Professionals e um dos pioneiros do estudo da dependência sexual. “A
principal marca do vício são as consequências que alguém sofre por causa
de sua atividade sexual.” Se a pessoa perde o emprego, para de estudar
ou se afasta da família por causa do sexo, é sinal de que há algo
errado. “Quando alguém passa todo o tempo pensando em sexo, planejando,
fazendo e se arrependendo, em vez de trabalhar, curtir a família, os
amigos e outras atividades prazerosas, é um problema”, afirma Carnes. Sexo, crack e cocaína Ricardo, Mário, Hugo, Caio e
Cátia consideram-se dependentes de sexo. Em muitos momentos, referem-se
ao sexo como os dependentes químicos falam do álcool ou da cocaína,
sempre exigindo doses mais altas em intervalos cada vez menores. “Foi
como injetar droga na veia”, diz Ricardo. “Cada um acha o barato que
encaixa melhor.” Ou Mário: “Prometia que não faria mais, mas não
conseguia. Era infinitamente mais forte que eu”. Hugo diz que, na
recuperação, teve síndrome de abstinência, com insônia. “Eu me sentia
refém. Era uma vontade interminável que não se satisfazia”, diz Cátia.
É possível depender de sexo como de cocaína ou crack? Para alguns
cientistas, apenas o vício gerado por substâncias externas pode ser
chamado de dependência. Outros afirmam que as pessoas podem viciar-se em
sexo e outros comportamentos. As alterações químicas do cérebro durante
o ato sexual justificam essa interpretação mais ampla da dependência. O
orgasmo ativa, no cérebro, o mesmo circuito do prazer que as drogas e,
como elas, libera a mesma substância neurotransmissora, a dopamina. O
uso repetido de drogas pode modificar a estrutura e a função desse
circuito cerebral, gerando as características da dependência: aumento de
tolerância à substância, crise de abstinência, compulsão e recaída.
Ainda não há estudos que mostrem que o sexo seja capaz de promover esse
tipo de alteração neurológica. Mas há motivos para acreditar que
fatores biológicos tenham participação no excesso de sexo. Alguns tipos
de demência podem causar um aumento do desejo sexual. Certos remédios
usados no tratamento de mal de Parkinson também podem elevar a libido.
Eles alteram o efeito da dopamina, o mesmo neurotransmissor do prazer
sexual. “Isso reforça a ideia de que existe algo diferente no
funcionamento do cérebro de quem é compulsivo por sexo”, diz o
psiquiatra Marco de Tubino Scanavino, responsável pelo Ambulatório de
Impulso Sexual Excessivo do Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo.
A química do cérebro é, porém, apenas parte da explicação para o
problema de Ricardo, Mário, Hugo, Caio e Cátia. Assim como nem todas as
pessoas que experimentam drogas ficam dependentes, apenas uma pequena
parcela da população sexualmente ativa desenvolve uma compulsão por
sexo. O psicólogo Patrick Carnes estima que 3% a 6% das pessoas se
enquadrem nessa categoria. Isso significaria, no Brasil, mais de 9
milhões de pessoas. A grande maioria homens – o sexo masculino
representa entre 80% e 90% dos dependentes, segundo estudos.
Gostar de fazer sexo – e fazer com muita frequência – não significa uma
relação de dependência com esse tipo de prazer. Celebridades que já se
declararam “viciadas em sexo”, como o rapper Kanye West, o ator Michael
Douglas, o golfista Tiger Woods e a apresentadora Adriane Galisteu (leia o quadro ao lado),
dificilmente se encaixam nesse perfil. “Essas celebridades que se dizem
viciadas em sexo estão banalizando o conceito”, afirma o psicólogo
Thiago de Almeida, especialista em questões de relacionamento. Em geral,
os famosos têm muito mais oportunidades que alguém comum de fazer sexo
porque são mais admirados e assediados. E podem, se quiserem,
aproveitar-se disso, relacionando-se com vários parceiros. Eles podem
até se apropriar do diagnóstico para justificar escapadas conjugais e
tentar reverter uma crise de imagem. Foi o que fez o parlamentar
americano Anthony Wiener, que procurou tratamento depois que suas fotos e
mensagens de conteúdo sexual para usuárias do Twitter foram
descobertas. Esse comportamento não torna essas pessoas dependentes, no
sentido clínico.
Como identificar a dependência? “Ter
uma expressão maior da sexualidade, em si, não é um problema”, diz o
psicólogo Oswaldo Rodrigues Junior, diretor da Sociedade Brasileira de
Sexualidade Humana. “O problema fica flagrante quando essa sexualidade
não está funcionando a favor da pessoa e prejudica outras áreas da
vida.” Ricardo patinou no início da carreira – justamente no período em
que deveria ter mais gás para trabalhar – porque estava totalmente
fixado em sexo. Para manter a busca por parceiros, Mário terceirizou o
gerenciamento de sua clínica, foi passado para trás e perdeu pacientes.
Por causa do vício, Hugo foi preterido em diversas oportunidades de
promoção e acabou demitido da empresa multinacional em que trabalhava.
Caio não teve problemas no trabalho, mas suas mentiras e traições por
pouco não arruinaram seu convívio com a família. Cátia foi ao fundo do
poço emocional com o fim do último namoro, há sete anos, e não se
envolveu mais com ninguém.
Nem sempre quem sofre de dependência sexual consegue identificá-la com
facilidade. “Em geral, o comportamento compulsivo começa no final da
adolescência, início da vida adulta, e vai se agravando ao longo dos
anos. Por isso, é difícil reconhecê-lo logo de cara”, diz o psiquiatra
Marco Scanavino. O filme Shame (Vergonha), que estreará no
Brasil em 2 de março, mostra esse processo de degradação relacionado à
dependência sexual. No início da trama, Brandon Sullivan (interpretado
por Michael Fassbender) é um jovem nova-iorquino de 30 e poucos anos,
bem-sucedido, boa-pinta, que paquera as moças no metrô e conquista as
gatinhas da balada. À medida que o enredo avança, Sullivan revela-se
incapaz de criar relações com outras pessoas e de conter seus impulsos
sexuais. Esse descontrole, como anuncia o tom sombrio do filme, leva-o a
consequências trágicas. O diretor Steve McQueen foge dos julgamentos
morais simplificados. O ponto principal do filme não é o comportamento
sexual de Sullivan, que recorre à prostituição, à pornografia on-line, à
masturbação e às relações casuais. Mas sim a insatisfação que permanece
mesmo depois de tanto sexo. É comum alguém com compulsão sexual sentir
um vazio, mal-estar ou desânimo assim que o orgasmo termina.
Esses sentimentos negativos após o ato refletem, em geral, duas
situações problemáticas, segundo os psiquiatras. A primeira é o uso
inadequado do sexo. As relações sexuais são um meio de reprodução, uma
fonte de prazer e uma forma de estreitar a relação com o parceiro. E não
uma forma de buscar aprovação do parceiro, diminuir a ansiedade antes
de uma prova ou descarregar depois de uma bronca do chefe.
Eventualmente, o sexo pode até cumprir essas funções. Mas não pode ser a
única estratégia do indivíduo para lidar com essas questões
corriqueiras. “O sexo, em si, não é bom ou ruim”, afirma o psiquiatra
Aderbal Vieira Junior, coordenador do Ambulatório de Tratamento do Sexo
Patológico da Universidade Federal de São Paulo. “O que faz diferença é o
sentido que atribuímos a ele. E é esse sentido que os pacientes
precisam resgatar.”
O produtor Caio descobriu, em sessões de terapia, os motivos por trás
de suas escapadas. “Tinha a ver com uma busca por aprovação e sucesso”,
diz. “Precisava seduzir as meninas para me sentir vitorioso.” A
economista Cátia concluiu, em sessões do grupo Dependentes de Amor e
Sexo Anônimos (Dasa), que trocava sexo por afeto com seus parceiros, em
relações destrutivas. “Usava o sexo para me automedicar”, afirma Hugo.
Ele se refere às alterações químicas provocadas pelo sexo em seu
cérebro. Num processo semelhante ao que ocorre com os dependentes
químicos, Hugo precisava da “droga” não para ficar bem, mas para se
sentir apenas normal.
O sexo entrou cedo na vida de Hugo. Cedo demais. Quando tinha 5 anos, a
filha de um casal amigo de seus pais, então com 17, 18 anos, abusou
dele. Embora não seja regra, o abuso sexual na infância e na
adolescência pode aumentar a predisposição à compulsão sexual na vida
adulta. Outro fator de risco, segundo estudos, é ter um histórico de
dependência próprio ou na família. Esse foi o caso de Ricardo, cujo pai
era alcoólatra, e de Cátia, que tem três irmãos dependentes químicos.
Ser compulsivo em outros comportamentos – como compras ou comida –
também aumenta as chances, assim como ter outras condições
psiquiátricas, como transtorno de ansiedade ou de deficit de atenção.
Além do uso inadequado do sexo, a segunda causa para sentimentos
negativos após o ato sexual é o descasamento entre o comportamento da
pessoa e seus próprios valores. “Tinha uma atitude que não queria ter,
mas não conseguia conter, e me sentia mal depois”, diz Hugo sobre as
traições. Essa falha em atender às expectativas internas é uma fonte de
estresse e mal-estar. Arrependimento, culpa e vergonha são palavras
comuns entre os compulsivos para descrever o que sentem depois de
fantasiar, se masturbar ou trair. Mesmo olhar pornografia ou se excitar
no banheiro despertam essa reação negativa. Apesar de menos danosos para
os relacionamentos do que uma traição, esses comportamentos são
problemáticos para quem tem dependência, porque mantêm o padrão
compulsivo.
Ter sentimentos ruins relacionados ao sexo é um importante critério
para o diagnóstico da dependência sexual. “É preciso cuidado para não
emprestar o discurso médico ao discurso moral”, diz o psiquiatra Aderbal
Junior. “O padrão aparentemente disfuncional em relação ao sexo pode
não ser dependência, mas escolha.” Para ele, o trabalho do profissional
de saúde é ajudar as pessoas a adequar seus comportamentos a seus
projetos de vida – não às regras morais da sociedade. Segundo esse
raciocínio, só é dependente sexual quem se reconhece como tal – e
procura ajuda.
Para quem está em dúvida, os médicos brasileiros adaptaram um teste
elaborado pelo psicólogo americano Patrick Carnes nos anos 1980 (faça o
teste abaixo). A escala é usada pelos profissionais de saúde para
levantar indícios do problema. Pornografia On-Line
Em grande parte das vezes, não é o próprio dependente quem procura
socorro. Segundo um estudo do psiquiatra americano Stephen Levine que
será publicado neste mês na revista Neuropsychiatry, os homens –
a maioria entre os compulsivos sexuais – acabam indo buscar ajuda
intimados pelas parceiras. Foi o caso de Caio, que chegou ao psiquiatra
por indicação do ginecologista que atendeu sua mulher. Ela tinha ido
fazer o tratamento para a doença venérea que o marido lhe transmitira.
Um dos sinais que merecem atenção é o uso de pornografia, especialmente
on-line. Alguns especialistas chegaram a dizer que o mundo digital é o
“crack da compulsão sexual”. Mas a internet, sozinha, não é capaz de
causar uma dependência de sexo. “A pornografia na internet e a
masturbação, por si sós, não são um problema”, diz Carnes. A facilidade
de acesso a conteúdo adulto pode, é claro, ser tentadora para quem já
tem dificuldade de controlar seus impulsos. Hugo começou a frequentar
com sua mulher um grupo de reflexão de casais na igreja. Várias vezes
chegava atrasado porque não conseguia sair de casa a tempo. Ficava
navegando por páginas pornográficas. Desde que entrou para o Dasa,
decidiu usar o computador apenas quando tem alguém por perto. No grupo
anônimo, os integrantes são incentivados a analisar o próprio
comportamento e a estabelecer estratégias para lidar com a compulsão num
programa de 12 passos, nos moldes do criado pelos Alcoólicos Anônimos
na década de 1930, nos Estados Unidos.
Também em recuperação no Dasa, o paranaense Mário deixou de usar
identidades falsas na rede. Era com uma conta secreta que ele marcava
seus encontros com outros homens. No início, Mário até tentou falar
sobre seu desejo por homens com a mulher, mas ela não quis ouvir. “Temos
um ditado na irmandade: o tamanho de sua compulsão é o tamanho de seu
segredo”, afirma Mário. “Como não podia falar, como tinha de ficar em
sigilo, aquilo era uma fonte de sofrimento, vergonha e ansiedade.”
Uma das principais dificuldades para o tratamento adequado do vício em
sexo é a falta de um interlocutor para falar do problema. Há poucos
centros de atendimento especializado, como o Ambulatório de Impulso
Sexual Excessivo do Hospital das Clínicas e o Programa de Orientação e
Atendimento a Dependentes da Unifesp, ambos em São Paulo, e poucos
profissionais de saúde que saibam lidar com o tema. “Por isso, muitas
vezes grupos como o Dasa acabam sendo a única alternativa”, afirma o
psicólogo Oswaldo Rodrigues Junior.
Com mais informações disponíveis a respeito da dependência sexual, é
provável que pessoas como Ricardo, Mário, Hugo, Caio e Cátia busquem
tratamento mais cedo. E possam falar mais abertamente de seu problema.
“Quando se fala em compulsão sexual, as pessoas levam para a brincadeira
ou para o lado moral”, diz Hugo. “Muitos ainda dizem que não existe,
mas só quem viveu sabe como é ruim.”
Posto nesta manhã de sexta feira o e-mail que recebi do colega Severo Felisberto estudante do Curso de Filosofia no Centro Universitário Ítalo Brasileiro
Porto Alegre (RS), 16 de julho de 2011
Caro Juremir (CORREIO DO POVO/POA/RS)
Meu nome é Maurício Girardi. Sou Físico. Pela manhã sou vice-diretor no Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre , onde à noite leciono a disciplina de Física para os três anos do Ensino Médio. Pois bem, olha só o que me aconteceu: estou eu dando aula para uma turma de segundo ano. Era 21/06/11 e, talvez, “pela entrada do inverno”, resolveu também ir á aula uma daquelas “alunas-turista” que aparecem vez por outra para “fazer uma social”. Para rever os conhecidos. Por três vezes tive que pedir licença para a mocinha para poder explicar o conteúdo que abordávamos.
Parece que estão fazendo um favor em nos permitir um espaço de fala. Eis que após insistentes pedidos, estando eu no meio de uma explicação que necessitava de bastante atenção de todos, toca o celular da aluna, interrompendo todo um processo de desenvolvimento de uma idéia e prejudicando o andamento da aula. Mudei o tom do pedido e aconselhei aquela menina que, se objetivo dela não era o de estudar, então que procurasse outro local, que fizesse um curso à distância ou coisa do gênero, pois ali naquela sala estavam pessoas que queriam aprender' e que o Colégio é um local aonde se vai para estudar. Então, a “estudante” quis argumentar, quando falei que não discutiria mais com ela.
Neste momento tocou o sinal e fui para a troca de turma. A menina resolveu ir embora e desceu as escadas chorando por ter sido repreendida na frente de colegas. De casa, sua mãe ligou para a Escola e falou com o vice-diretor da noite, relatando que tinha conhecidos influentes em Porto Alegre e que aquilo não iria ficar assim. Em nenhum momento procurou escutar a minha versão nem mesmo para dizer, se fosse o caso, que minha postura teria sido errada. Tampouco procurou a diretoria da Escola.
Qual passo dado pela mãe? Polícia Civil!... Isso mesmo!... tive que comparecer no dia 13/07/11, na 8.ª (oitava Delegacia de Polícia de Porto Alegre) para prestar esclarecimentos por ter constrangido (“?”) uma adolescente (17 anos), que muito pouco frequenta as aulas e quando o faz é para importunar, atrapalhar seus colegas e professores'. A que ponto que chegamos? Isso é um desabafo!... Tenho 39 anos e resolvi ser professor porque sempre gostei de ensinar, de ver alguém se apropriar do conhecimento e crescer. Mas te confesso, está cada vez mais difícil.
Sinceramente, acho que é mais um professor que o Estado perde. Tenho outras opções no mercado. Em situações como essa, enxergamos a nossa fragilidade frente ao sistema. Como leitor da tua coluna, e sabendo que abordas com frequência temas relacionados à educação, ''te peço, encarecidamente, que dediques umas linhas a respeito da violência que é perpetrada contra os professores neste país''.
Fica cristalina a visão de que, neste país:
Ø NÃO PRECISAMOS DE PROFESSORESØ NÃO PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO
Ø AFINAL, PARA QUE SER UM PAÍS DE 1° MUNDO SE ESTÁ BOM ASSIM
Alguns exemplos atuais:
·Ronaldinho Gaúcho: R$ 1.400.000,00 por mês. Homenageado pela “Academia Brasileira de Letras"...
· Tiririca: R$ 36.000,00 por mês.Membro da “Comissão de Educação e Cultura do Congresso"...
TRADUZINDO: SÓ O SALÁRIO DO PALHAÇO, PAGA 30 PROFESSORES. PARA AQUELES QUE ACHAM QUE EDUCAÇÃO NÃO É IMPORTANTE:CONTRATE O TIRIRICA PARA DAR AULAS PARA SEU FILHO.
Um funcionário da empresa Sadia (nada contra) ganha hoje o mesmo salário de um “ACT” ou um professor iniciante, levando em consideração que, para trabalhar na empresa você precisa ter só o fundamental, ou seja, de que adianta estudar, fazer pós e mestrado? Piso Nacional dos professores: R$ 1.187,00… Moral da história: Os professores ganham pouco, porque “só servem para nos ensinar coisas inúteis” como: ler, escrever, pensar,formar cidadãos produtivos, etc., etc., etc....
SUGESTÃO:Mudar a grade curricular das escolas, que passariam a ter as seguintes matérias:
ØEducação Física: Futebol;
ØMúsica: Sertaneja, Pagode, Axé;
ØHistória: Grandes Personagens da Corrupção Brasileira; Biografia dos Heróis do Big Brother; Evolução do Pensamento
das "Celebridades"
ØHistória da Arte: De Carla Perez a Faustão;
ØMatemática: Multiplicação fraudulenta do dinheiro de campanha;
ØCálculo: Percentual de Comissões e Propinas;
ØPortuguês e Literatura: ?... Para quê ?...
ØBiologia, Física e Química: Excluídas por excesso de complexidade.
Está bom assim? ... eu quero mais!...
ESSE É O NOSSO BRASIL ...
Vejam o absurdo dos salários no Rio de Janeiro (o que não é diferente do resto do Brasil)
Ø BOPE - R$ 2.260,00....................... para ........ Arriscar a vida;
Ø Professor - R$ 728,00.....................para ........ Preparar para a vida;
Ø Médico - R$ 1.260,00......................para ........ Manter a vida;
E o Deputado Federal?.....R$ 26.700,00 (fora as mordomias, gratificações, viagens internacionais, etc., etc., etc., para FERRAR com a vida de todo mundo, encher o bolso de dinheiro e ainda gratificar os seus “bajuladores” apaniguados naquela manobrinha conhecida do “por fora vazenildo”!).